Há algum tempo a remuneração não financeira vem ganhando espaço na hora de atrair e reter talentos. Atender às mudanças de estilo de vida, a aprendizagem, horários flexíveis têm sido cada vez mais requisitados, demonstrando ser uma tendência irreversível – conforme aponta a última Pesquisa Global de Melhores Práticas de RH, realizada pelo Top Employers Institute, com 600 empresas em 96 países.

Outro dado importante vem em estudo feito com 2 mil profissionais, publicado recentemente pelo Portal Exame, sobre as qualidades que tornam um emprego muito atrativo no Brasil. Num ranking de dez, um “pacote de benefícios diverso” ocupou o 2º lugar, apontado por 57% dos participantes.

Diante disso, as empresas precisam despertar para a necessidade de desenvolver programas de benefícios sob medida aos colaboradores, atualmente com realidades muito distintas.

Veja isto: em consulta realizada pela 838 Soluções durante o Conarh 2015, 75% dos entrevistados afirmaram que o seu plano médico era muito importante. Mas, para apenas 46% o plano do cônjuge tinha a mesma importância.

Quando perguntados sobre o que gostariam de mudar em seus benefícios, 20% diminuiriam, por exemplo, o plano odontológico dos filhos para aumentar outros como treinamentos, previdência, creche, seguro de vida – aceitando inclusive pagar pela diferença.

E o porquê destas escolhas? No caso do plano dos cônjuges, muitos deles trabalham fora e por isso não precisam de uma cobertura dobrada. Isto significa que as pessoas querem sim ter a possibilidade de usar melhor aquilo que lhe é concedido, justamente pela diversidade de perfis.

Esta é exatamente a essência de Benefícios Flexíveis: a escolha. Trata-se de um programa (bastante conhecido internacionalmente) que oferece a possibilidade de fazer escolhas dentro de regras determinadas pela empresa, para permitir que funcionários tenham a cobertura que melhor atenda a situação de cada um. Tudo obedecendo a legislação local, sem risco de processos trabalhistas.

O estudo do Top Employers Institute, que citamos logo no início, aponta que 37% das empresas no mundo já usam uma abordagem deste tipo chamada de “plano cafeteria” – na qual um conjunto de benefícios, incentivos e subsídios compõem a remuneração total e os empregados decidem quais preferem. No Brasil, apenas 12% das entrevistadas possuem algo neste formato.

Então, vale a pena a reflexão. Num momento de adversidade como o que estamos vivendo é preciso que RH exerça seu papel estratégico, estando atento às tendências e avaliando como programas desse tipo podem impactar positivamente o negócio, com a possibilidade de até diminuir seus custos.